A ESCOLHA CERTA
Quando Jesus se afastou de seus perseguidores, os fariseus, e foi para o outro lado do lago, Ele não fez isto por não querer enfrentar os seus adversários. Cristo poderia usar de argumentos e colocá-los no chão, deixá-los sem ação..., mais não era esta a intenção Dele. Ele saiu de perto simplesmente para evitar o conflito. Fazer valer a verdade para quem já tem um pre-conceito a respeito, além der ser desgastante, pode levar a conflito de longa duração. O confronto entre adversários, onde não há a possibilidades de entendimento, além de gerar conflitos de longa duração, pode, ainda, tomar caminhos de violência.
Por isso, é importante tomar a atitude de calar, se afastar para um lugar seguro, como medida para fugir do mal, para ter um discernimento livre, sem a influência de quem está nos atacando. Quantas vezes deixamos de agir em liberdade quando respondemos a uma agressão com outra agressão e acabamos nos prejudicando a nós mesmos, deixando em nós um certo gosto amargo, um drama na consciência.
Porém há situações em que não temos como nos afastar, temos de enfrentar, no entanto não podemos usar as mesmas armas de quem nos agride. Imagina você sendo agredido por sua mãe ou uma pessoa tão próxima a quem você deve respeito e amor. Deus quer que hajamos com amor sempre, mas como amar alguém que nos está agredindo, no momento em que estamos sendo atacados? O ensinamento de nos afastar ainda é válido, mas não um afastamento corporal, pois dando as costas à pessoa pode parecer uma ofensa, uma arrogância que tende a incitar a violência... O certo é fazer silêncio ainda que por um segundo, usar da mente e espírito para que o amor possa manifestar em nós e podermos amar o outro. Mesmo reprovando a atitude agressiva do outro comigo, posso amá-lo por entender a limitação dele e até perdoá-lo por isso. Esta é, a meu ver, uma forma inteligente de evitar qualquer conflito, que pode desencadear uma onda de violência, com agressões de ambas as partes. é assim que é possível a superação da violência pelo amor. é a forma autêntica de ser um ser humano livre, de desenvolver em si o bem e não permitir que o mal dê a palavra final. Este é o exemplo da Cruz de Cristo. Tomar a crua e segui-lo é não permitir que o mal prevaleça. A atitude de Cristo perdoando seus carrascos e assassinos e entregar-se em sua paixão nas mãos amorosas do Pai, quer nos mostrar que Jesus venceu o mal..., mas não é só isso: — A aversão ao sofrimento é a aversão à vontade de Deus. Jesus, ao enfrentar o sofrimento — mesmo contra a sua humanidade que tinha aversão a ele — Jesus se supera, vai além de sua humanidade. Colocando-se à vontade do Pai ele transforma a própria humanidade, redime-a e nos esclarece que a vontade de Deus é a única que nos eleva, que nos liberta e nos salva de nós mesmo, de nossos medos e comodismos de não querer enfrentar tudo para superar tudo.
Geovani
26/02/2012
(texto inspirado primeiramente nos ensinamentos de Jesus Cristo (Evangelho e em orientações de Anselm Grün, O Livro das Respostas, Editora Vozes, 2008 e nos Espirituais de Comunhão de Libertação de 2011)
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