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sexta-feira, 15 de março de 2013

A Liberdade é um Risco

A liberdade se expressa pela experiência de satisfação. Mas a experiência de satisfação é momentânea e um momento de liberdade não pode identificar uma liberdade total. De fato, a liberdade é a realização total de si, ser livre sempre. Nenhum humano experimenta a felicidade sempre, por isso não é livre sempre.
“A liberdade é para o homem a possibilidade, a capacidade, a responsabilidade de realizar-se, isto é de alcançar o próprio destino." (Lugi Giussani, O Senso Religioso)
O homem é responsável pelo seu próprio destino que é fruto da liberdade. Caso ele fosse conduzido ao destino sem liberdade, não poderia ser feliz, não seria uma felicidade sua, não seria o seu destino.
A liberdade tem a ver com o caminhar rumo a Deus como coerência de vida, mas também com a descoberta de Deus. Reconhecer Deus em tudo que é criação é uma questão de liberdade. Quem não reconhece a existência de Deus em toda e a criação é uma opção particular dele, mas é uma opção que é contra a natureza onde a razão está obscurecida, pois a existência de Deus é inquestionável e toda a criação testemunha essa verdade, é uma evidência da razão. Quem não adere a uma evidência da razão falta-lhe coerência.
Quem duvida ou elimina Deus na própria criação, não importa-lhe o significado da vida, está tomado pelo preconceito que lhe obscurece a mente, trás consigo o medo de afirmar o que não vê, com os próprios olhos, um medo estranho porque é estranho à natureza. Não quer arriscar-se a mudar seus falsos paradigmas, sua liberdade está sufocada, mesmo estando diante das razões é como se não tivesse forças para se mover, está como que bloqueado. Para vencer esse medo, esse bloqueio será necessário um esforço da vontade isto é, uma força, uma energia de liberdade.
Como revela Luigi Giussani em O Senso Religioso, Capítulo XIII, pág. 199: “O verdadeiro drama do relacionamento entre o homem e Deus, por meio do sinal do cosmos, pelo sinal da experiência, não está na fragilidade das razões, porque o mundo inteiro é uma grande razão e não existe olhar humano sobre a realidade que não sinta a provocação dessa perspectiva que o supera. O verdadeiro drama está na vontade que deve aderir a essa imensa evidência.”
Em toda a experiência humana de liberdade plena está implícita a adesão ao Ser, Deus. Sem esse reconhecimento o homem permanece à mercê das forças mais incontroladas do instinto e do poder. Forças que o controla e aliena: o homem é induzido pelo poder que dita as regras, no consumo, no lazer, na convivência em sociedade, etc., tudo para manter o sistema; a mentalidade comum perverte o homem com a mentalidade que não é dele, invade e macula a sua consciência até a perda de si; daí o homem é tomado pelas mais diversas formas de vícios dos quais não se liberta por medo de enfrentar a verdade. E assim ele não arrisca a liberdade, e perde a chance única de conquistá-la.
A única verdade que liberta o homem, é Deus, que é a experiência da verdade de si mesmo: ”Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, João 8,32.
 
 
 
 
 
 



[1] Luigi Giussani, 1922-2005, fundador de Comunhão e Libertação.

 
 
 


Texto de Geovani, Jô Santana, criado a partir dos ensinamentos contidos no livro escrito por Dom Luigi Giussani, O Senso Religioso, Capítulos VIII, XII e XIII, Ed. Universa, 2009, páginas, 135/136/185/196/187/199.[1]

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